Se um dia o trauma emocional esteve na sua vida, ele ainda pode viver em você.
- elisapsclg
- 8 de jul. de 2024
- 2 min de leitura
Sabe aquelas experiências marcantes das quais produzem um sofrimento tão intenso que parece que você congela no trauma?
Todos nós em menor ou maior intensidade experimentamos dores emocionais, já que as perdas que nos levam a sofrimentos fazem parte da existência humana.
E eu, como humana não fugi a essa regra...
Perder minha mãe próximo aos meus 3 anos de idade não se configurou de fato em um trauma por sua perda, afinal não me ficou registrado memorias que me levassem a sofrer por sua morte.
Porém, sua ausência desencadeou em minha vida uma série de situações traumáticas, desde sofrer queimaduras em grande parte do corpo pouco tempo após sua morte e passar dias internada, a separação dos meus irmãos mais velhos.
Se pudesse resumir em uma palavra meu trauma seria, medo do desamparo. Depois Tal medo se configurou em medo de desamparar...
Era um sentimento tão intenso que se fez ainda mais presente quando me tornei mãe.
Sempre quando me afastava dos meus filhos era uma constante os meus pensamentos: “Mas, e se eu morrer, quem vai cuidar deles?”
Confesso, que não foi nada fácil me libertar deste trauma, foram anos de acompanhamento psicoterápico pra eu poder compreender que aquela era a minha história, e não a dos meus filhos. E mais, mesmo não tendo recebido o cuidado e amparo necessário como precisava, o acaso me presenteava aqui e ali, com algumas pessoas especiais que me deram o melhor que puderam dos seus sentimentos, o que me fez crescer com uma enorme fé na vida e esperança em dias melhores.
Se não nos libertamos de nossas dores emocionais, ficaremos sempre presos neste limbo, como um disco arranhado que nos impede de ouvir uma próxima canção.
Se no seu passado teve algo doido, não reprima este sentimento, cuide dele, se ele for “abraçado” ele poderá ser elaborado e consequentemente superado.

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